No Rio Grande do Sul, são cerca de 315 abrigos ativos no momento. Em Porto Alegre, são mais de 100 locais de acolhimento. Esses números modificam a todo o momento devido à velocidade que a enchente vem impactando as cidades. Do outro lado, a resposta da sociedade e organizações foi intensa no auxílio às vítimas das enchentes, gerando um grande volume de informações circulando em Whatsapp e outras ferramentas de forma informal. Este cenário gerou um ambiente propício para fake news e aproveitadores.
Com base neste cenário, o coordenador do Pacto Alegre e secretário de inovação de Porto Alegre, Luiz Carlos Pinto da Silva, lançou um desafio para o mercado de tecnologia da cidade: “Nunca havíamos enfrentado um momento como este, e sentimos a necessidade de uma solução que integrasse com agilidade as informações que estão sendo geradas pelos abrigos para atender de forma eficiente as demandas”.
O desafio foi prontamente atendido por mais de 80 profissionais – entre desenvolvedores, analistas de dados, cientistas de dados e programadores através da SUCESU RS (Associação dos Usuários de Informática e Telecomunicações do Rio Grande do Sul) – que se reuniram de forma voluntária para desenvolver alternativas, que acabaram atendendo necessidades de outras regiões do Estado. Este grupo está trabalhando desde sábado, no Tecnopuc, no desenvolvimento do sistema Abrigo RS, que vai integrar as informações a respeito dos abrigos para que os órgãos públicos possam ter acesso aos dados em tempo real sobre os desabrigados e suas necessidades em relação a voluntários e doações. “De um desafio nasceu uma rede de apoio de dezenas de profissionais em diferentes lugares, e estamos desenvolvendo uma solução para conectar diferentes iniciativas que surgem de forma orgânica”, segundo Filipe Toledo, que atua como um dos coordenadores dos voluntários da área de TI reunidos no espaço Talento Empreendedor do Tecnopuc. O Abrigo RS já está disponível para acesso exclusivo de órgãos públicos.
Durante o trabalho, o grupo percebeu a necessidade de conectar os abrigos à sociedade. O coletivo de profissionais contatou o Ministério Público do RS, a SUCESU RS, a empresa Gx2 e a PUCRS para ter acesso ao código de um aplicativo que conecta as necessidades de crianças de lares à sociedade. A partir dessa fonte, foi gerado o aplicativo Apoio Enchentes RS, que vai conectar abrigos à população, profissionais liberais e empresas. A proposta é que seja equivalente ao Tinder, conectando abrigos com a população, que terá acesso de forma atualizada sobre as necessidades de cada lugar, por outro lado, as pessoas e profissionais liberais poderão cadastrar como querem ajudar. O aplicativo está em processo de aprovação nas apps stores e em breve estará disponível para o público.
Junto aos profissionais, as organizações que estão apoiando esta iniciativa são Tecnopuc, Instituto Caldeira, Wine Valley Hub, Gx2, Stefanini, SUCESU, Agidesk, Cognitiva Brasil, Painel Constru, Navi - Hub de Inteligência Artifical do Tecnopuc, Decola, Volters, Ventiur, OvinoPro, Green Thinking, DGM, DSA Engenharia, Procempa, Prefeitura de Porto Alegre, Governo do Estado do RS, Procergs, PUCRS, Ministério Público do RS, Datacentrics e TecnoUCS.
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